quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


20160120 - Entre outras, é uma pecha da cultura portuguesa objetivar a vida para um emprego no Estado. Porquê? Pela tradição de que o Estado não despede, excepto em cargos obtidos por eleição. E aqui reside a disputa das subvenções: estes cargos deviam conceder uma retribuição vitalícia em virtude da alta responsabilidade que é suposto exigirem. Todavia, essa suposta alta responsabilidade não se traduz em efetiva responsabilidade já que não há registo de sansões pelos erros cometidos dos quais resultaram prejuízos a cidadãos e/ ou instituições públicas e privadas. (Muitas das consequências dos erros têm sido negociadas entre pares com vista a compensações futuras...). Esses erros e respetivos prejuízos não são contabilizados nem as vitimas ressarcidas. E se alguma exceção houve foi a expensas do próprio erário público, ou seja, dos cidadãos. Logo, não há efetivamente responsabilidade pelas consequências de má governação como ressalta das notícias vindas a público nos últimos anos: as swaps, as compras e/ou vendas ruinosas de património público, bancos falidos por gestão conscientemente incompetente e por diante. Veja-se o caso gritante do governo matar o futuro de milhares de famílias desempregadas alegadamente por não pagarem as suas contribuições. Estas decisões têm causado centenas de suicídios cuidadosamente ignorados pela imprensa. Ou seja, perante actos conscientemente praticados por eleitos contra a vida real e efetiva das populações o Estado simplesmente decide matar as vitimas em vez de sancionar os culpados das más decisões. O Estado coloca-se ao lado dos criminosos económico financeiros contra as vitimas que eles produziram. E ainda reclamam subvenções vitalícias! Nas sociedades democráticas modernas isto já não acontece.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

20150228 - Os inimigos da humanidade, cerca de um por cento da população mundial, com sua ganância são causa do sofrimento dos restantes noventa e nove por cento. Entre estes estão os bons, caladinhos, governando suas vidinhas por entre as frestas deixadas pelos inimigos, por isso igualmente responsáveis pela miséria e sofrimento dos restantes cerca de cinquenta por cento do mundo. Para além dos inimigos não sabemos as quantidades certas. Nem aproximadas. São confidenciais...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Sócrates, conhecido como o homem mais sábio da Grécia, dizia: “Eu e os homens notáveis de Atenas nada sabemos, e a única diferença entre eu e eles é que eu, nada sabendo, sei que nada sei, enquanto que eles, nada sabendo, pensam que sabem muito”. Na mesma linha de raciocínio, o filósofo espanhol Balthazar Gracián defendeu: “O maior tolo é aquele que acha que não é, e que só os outros são. Para ser sábio não basta parecer sábio, nem, muito menos, parecer sábio a si próprio. (....) Embora o mundo esteja cheio de tolos, ninguém se julga um deles, nem receia ser um.” In "A Arte da Prudência”, Balthazar Gracián, Ed. Martin Claret, SP, 2001, 151 pp., ver p. 102. «[...] Dos inúmeros tipos de idiotas, um dos mais interessantes foi examinado por François Rabelais, o escritor francês do século 16. Ele abordou a imbecilidade doutoral específica dos “eruditos” que usam palavras complicadas para não dizer coisa alguma. Rabelais qualifica tais idiotas eruditos como professores cegos de discípulos cegos, “que tateiam em um quarto escuro à procura de um gato preto que não está lá”. [...] Não é de todo impossível encontrar esse tipo de pesquisador fazendo teses de pós-doutorado em certas universidades.» [...] www.filosofiaesotérica.com

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

20150112 - «[...] somos feitos de tal maneira que não só [...] temos necessidade de uma certa proporção de verdade e de erro como base da nossa vida, como temos também necessidade de uma certa proporção de claridade e obscuridade da imagem dos elementos da nossa vida». [...] Por conseguinte a transparência tira às coisas todo o encanto e «proíbe a fantasia de nelas entretecer as suas possibilidades, perda da qual nenhuma realidade pode compensar-nos, porque a obra da fantasia é uma atividade própria, que a longo prazo não pode ser suplantada por forma alguma de reação ou gratificação». G. Simmel citado por Byung-Chull Han, in Sociedade da Transparência, 2014, Relógio d'Água Editores. Das eleições da Grécia retiramos essa ilação: a fantasia para o ser humano não é substituível por nenhuma realidade por mais racional que se apresente ou queira apresentar-se. Após milénios de domínio oligárquico racional, a necessária fantasia, nunca de todo sufocada, germinou e foi brotando aqui e ali pelo mundo. Finalmente, ontem, na Grécia, pátria da filosofia e cultura  ocidental, despontou com força, ergueu-se cima do «politicamente correto» e mostrou entusiasmada as primeiras folhas do caule que se deseja floresça pelo mundo. Para as oligarquias o povo sempre foi uma força perigosa incapaz de se dirigir a si própria se deixada livre sem um domínio firme que lhe indique o caminho. Contudo, esta convicção erra por mal intencionada porque tão somente  pretende tirar benefício direto do trabalho a que sujeitam os outros em troca de acesso controlado à alimentação e a tudo o mais fundamental à vida. Esta é a realidade dominante desde os primórdios da história nos povos dados como civilizados . Pergunta fundamental: é assim porque é, porque não há outra maneira de viver ou é assim porque o ADN de uns poucos determina-lhes a ganância da dominação e espoliação? Como o jacaré ou o abutre ou o escorpião? Se a resposta é sim, então a endeusada racionalidade é só para seu uso pessoal; se a resposta é não,  então agem como animais irracionais obedecendo aos seus próprios instintos. Em qualquer caso o perigo não está nos povos...
Da Grécia dominada pelos macedónios cerca IV a.C., submetida pelos romanos desde 168 a.C. a VI d.C.. Tal como a semente se enterra para brotar a planta. Os romanos assimilaram a vastíssima e inédita cultura grega e difundiram-na de Oriente a Ocidente. O mundo de hoje pensa tal como os gregos pensaram. Nenhuma região criou tantos Saberes como essa região da Grécia Antiga – que abrangia parte do atual território da Itália e Turquia. Passados dois mil anos eis que no arranque do século XXI a Grécia está novamente ameaçada não por exércitos de lanças e corcéis do tipo romano mas pela finança internacional não menos ameaçadora e destrutiva. Culpas? As mesmas de Portugal! Acreditou no canto e assédio das sereias do capitalismo e endividou-se. Ficou cativa tal como Portugal. O Império Romano lá caiu apodrecido e odiado. Está chegada a hora do Império Capitalista também cair? Podre já está! À semelhança do Império Romano alimenta-se da miséria de povos e nações. Estará novamente a Grécia incumbida de iluminar o mundo, já não pelo conhecimento mas pela coragem intelectual qual semente erguendo-se do chão e apontando a dignificação do ser humano em todas as suas vertentes opondo-se à seleção escravizadora e obscura de classes sociais tão ao gosto dos imperialismos romanos, financeiros e outros? Responderá a coragem grega à tibieza dos vendilhões de pátrias? 99% da Humanidade deseja-o! Quere-o!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

É anti humano esta pressão dos Al Capone da finança sobre os povos. Como é possível? Como e porquê os governos ajoelham? Que tipo de ameaças ou represálias invocam para que os governos claudiquem? Ou que tipo de prebendas ou prémios oferecem aos governantes para que estes obedeçam e se disponham a sujeitar os seus países a tais situações de miséria e angústia? Que tipo de gente aceita ser mandatária de sacrifícios inanes por gerações sucessivas de seus compatriotas? Não serão apenas os carrascos modernos de todos os tempos? Serão gente humana como nós? Afinal, para que servem as religiões, as academias, as artes, a cultura? A democracia?
  • Edmundo Dos Santos Figueiredo Estas interrogações são legitimas, porque nenhum dos 99% dos cidadãos do mundo viveu acima de suas posses ou contribui objetiva e conscientemente para este desmoronar de estruturas económicas e com elas a esperança e alegria de viver!

  • quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


    «- ”Hoje nada se respeita. Antigamente, colocávamos num pedestal a virtude, a honra e a verdade. Agora, a corrupção reina na vida americana, é a única lei, está a minar o país. A virtude, a honra e a justiça esfumaram-se.” - Estas palavras tiveram impacto, nomeadamente por serem proferidas pelo gangster Al Capone, apenas alguns dias antes de ser preso por evasão fiscal, o único dos seus numerosos delitos pelo qual foi possível levá-lo a julgamento.-» Luis Muiño, SI Jan/2015, transcrição de entrevista dos anos 30 incluída no livro "De Cabeça para Baixo - A Escola do Mundo ao Contrário" do escritor uruguaio Eduardo Galeano.  

    domingo, 28 de dezembro de 2014

    O liberalismo é como qualquer outra teoria social: funciona umas vezes melhor outras pior, segundo a aplicação prática dos princípios que lhe deram origem. Veja-se como se abateu a monarquia em nome dos ideais de liberdade, igualdade - justiça - e partilha e agora a república que aí temos. Como na «República» platónica um registo de direitos e liberdades manietadas por normas que visam proteger o Poder em oposição ao real bem estar coletivo. E assim continua. Já o liberalismo pretende acabar com essas regras rígidas de modo que seja a própria dinâmica temporal da sociedade a estabelecer a equidade das normas. Recorde-se a comunidade de Rio de Honor. Talvez o sistema jurídico britânico seja um bom exemplo sobre a aplicação da justiça - a real chave da harmonia social. Na Grã-Bretanha o código civil é diminuto, não há um amplo código padrão semelhante ao romano onde todas as situações e soluções se pretendem previstas. No britânico as sentenças são produzidas sobre cada caso vivo, na sua realidade e fazem jurisprudência. Ou seja, uma legislação generalista que  atende à realidade circunstancial dos factos e decide de acordo. Ou seja, funda-se na confiança na capacidade humana de decidir bem o que é melhor à comunidade em cada momento. Neste ideal a evolução das leis acompanha a evolução da própria vida comunitária.